Pesquisadores da UFMG descobrem nova espécie fóssil de peixe-boi extinto da Amazônia

Animal viveu no Rio Madeira, na Região Amazônica, há cerca de 45 mil anos
Matheus Muratori - redacao@souecologico.com
Biodiversidade
Publicado em: 23/06/2020

O ensino público federal deu mais uma contribuição para a ciência brasileira. Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) anunciaram a descoberta de uma nova espécie fóssil.

Em um estudo, produzido por três cientistas, consta a descrição de um peixe-boi já extinto, que viveu há cerca de 45 mil anos no Rio Madeira, na Amazônia. “Ao gerar esse tipo de conhecimento, entender os fatores que são decisivos para conservar o que hoje existe, em termos de vida, no planeta”, disse Mario Cozzuol, um dos autores do relatório, à Agência Brasil.

Ilustração do peixe-boi descoberto (Foto: Marco Anacleto/ICB-UFMG)
Ilustração do peixe-boi descoberto (Foto: Marco Anacleto/ICB-UFMG)

O nome científico dado à espécie descoberta é Trichechus hesperamazonicus – ou peixe-boi do oeste da Amazônia, que vivia em uma época que o regime da água era diferente do atual. As chuvas eram concentradas em poucos meses do ano. Hoje, na Amazônia, a chuva perdura ao longo do ano todo, mas com períodos mais intensos que outros.

“Todos os três autores do estudo [Fernando Perini e Ednair Nascimento, além de Cozzuol] já passamos por essa sensação, que é a de descobrimento de algo interessante. É bem aquele clima do ‘eureca’ que vemos em filmes na televisão. É muito bom ter em mãos o resto de uma espécie que ninguém conheceu, viu ou descobriu. É a sensação de ter uma novidade, e querer contá-la ao mundo”, contou Mario.

A descoberta, no entanto, é apenas a primeira parte de trabalhos como o desenvolvido pelo Departamento de Zoologia da UFMG, que levou quase 20 anos para ser concluído. O resultado foi obtido após comparações com outros fósseis.

“Foi ali que percebemos que tínhamos, em mãos, uma novidade que merecia ser descrita e publicada”, contou. A publicação do estudo só aconteceu este ano, no Journal of Vertebrate Paleontology, da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados dos Estados Unidos.


Postar comentário