“A MINERAÇÃO DO FUTURO SERÁ A DESEJADA PELA SOCIEDADE”

Diante de desafios globais cada vez maiores por menor impacto no planeta, inúmeras empresas vêm buscando soluções para desenvolverem seus negócios de forma mais sustentável, responsável e justa.
Cristiana Andrade e Hiram Firmino redacao@revistaecologico.com.br
Páginas Verdes
Edição 150 - Publicado em: 18/11/2024

O ACORDO DO JAMBREIRO Mata do Jambreiro, maravilha da natureza em Nova Lima–MG:  a maior porção de Mata Atlântica que restou preservada na Grande BH, contígua à ex-Mina de Águas Claras, implantada pela ex-Minerações Brasileiras (MBR) hoje Vale, já descomissionada. Trata-se da primeira RPPN já implantada no país pelo setor minerário, fruto de um diálogo e acordo histórico, presidido e defendido, na época, pelo ambientalista Hugo Werneck
O ACORDO DO JAMBREIRO Mata do Jambreiro, maravilha da natureza em Nova Lima–MG: a maior porção de Mata Atlântica que restou preservada na Grande BH, contígua à ex-Mina de Águas Claras, implantada pela ex-Minerações Brasileiras (MBR) hoje Vale, já descomissionada. Trata-se da primeira RPPN já implantada no país pelo setor minerário, fruto de um diálogo e acordo histórico, presidido e defendido, na época, pelo ambientalista Hugo Werneck

Diante de desafios globais cada vez maiores por menor impacto no planeta, inúmeras empresas vêm buscando soluções para desenvolverem seus negócios de forma mais sustentável, responsável e justa. Na mineradora Vale não é diferente. Para atender à demanda mundial por minério, a empresa tem buscado a melhoria contínua de processos, buscando operações mais seguras e confiáveis.
Nesta entrevista à Revista Ecológico, o diretor Global de Serviços Técnicos de Mineração (Geologia, Mina e Processo) da Vale e sponsor de Inovação, Bruno Pelli, fala sobre a Mineração do Futuro. Ele lidera iniciativas transformadoras, como “A Mina do Futuro” e o programa de mineração circular “Waste to Value”.
Com formação em Engenharia de Minas, Bruno é apaixonado por impulsionar a inovação no setor. Sua visão estratégica se concentra na sustentabilidade e no avanço das soluções tecnológicas para melhorar a eficiência operacional e a responsabilidade socioambiental da empresa.
Seu recado profundo e transformador, dado na Exposibram 2024, o maior evento de mineração da América Latina, ainda ecoa pelos bastidores da mineração e da política ambiental: “A mineração do futuro será aquela desejada e não imposta pela sociedade.”
Ele lamentou no evento, referindo-se a Mariana e Brumadinho: “Infelizmente, precisamos reconhecer, com as tragédias que vivemos e muitos outros fatores, que muitas vezes não somos desejados”. E compartilhou: “Parte do que será a mineração do amanhã é acreditar que ela será hiper conectada, autônoma e minimamente invasiva, buscando reduzir cada vez mais o impacto das áreas mineradas”.
É o que você confere nesta sua entrevista especial à Revista Ecológico.

ECOLÓGICO - Durante a Exposibram 2024, realizada em BH, o senhor apontou como deveria ser a “Mineração do Futuro”, onde o setor seria entendido e desejado pela opinião pública, ao contrário de tudo que ainda acontece até hoje. Este sonho é possível?

BRUNO PELLI - Para a Vale isso é fruto sim, da nossa ambição de termos operações com zero rejeito, zero estéril e zero carbono (net zero). O nosso programa de mineração circular viabiliza um dos caminhos para uma mineração mais sustentável no Brasil. Esse caminho não é sonho. Ele já é realidade com a entrega inicial de 2% de nossa produção esse ano, via mineração circular.
Como ponto de partida, nós buscamos engajar toda a empresa em relação aos quatro pilares estratégicos do programa. São eles: máximo aproveitamento de recursos naturais, foco na redução de rejeitos, inovação acelerada por parcerias e novos modelos de negócio, compromisso com a sustentabilidade e compartilhamento de valor. Com isso, nos aproximamos desse objetivo do triplo zero em cada uma de nossas operações.
Estamos mobilizando toda a companhia nessa direção, e atualmente temos mais de 150 iniciativas de circularidade mapeadas, por meio das quais identificamos um potencial de produção de 7 milhões de toneladas de minério de ferro, a partir de rejeitos e estéril, para esse ano de 2024. O programa também foca no compartilhamento de valor nas comunidades e na avaliação de oportunidades de desenvolvimento social e ambiental.
Esperamos atingir, em 2030, cerca de 10% de toda a produção de minério de ferro da Vale por meio de fontes de mineração circular e evitar a emissão de 1,9 Mt de CO2 até 2035. Isso equivale ao que 1,2 milhão de automóveis populares emitem durante um ano.
Esse tipo de programa nos coloca na vanguarda da “Mineração do Futuro”, viabilizando cada vez mais iniciativas de alto potencial de redução de rejeito, estéril e emissão de gás carbônico. Temos um grande desafio pela frente, mas estamos comprometidos em desenvolver um modelo de mineração cada vez mais sustentável e com menor impacto ambiental.

ECOLÓGICO – É possível fazer a transição desde modelo de programa à toda cadeia produtiva do setor minerário num futuro próximo?

BRUNO PELLI – A transição para um modelo futurista de mineração no Brasil, com o foco em práticas mais sustentáveis, exige uma série de mudanças estruturais, tecnológicas e culturais nas empresas de mineração. A Vale, por exemplo, já está neste processo de transição, com projetos voltados para uma economia mais sustentável, com compromissos sociais e ambientais, por meio de iniciativas de descarbonização e compartilhamento de valor.
Outra alavanca importante é o investimento em pesquisa e desenvolvimento, que proporciona, no longo prazo, inovações tecnológicas e formação de profissionais preparados para novas formas de operar, com minas hiper conectadas e operações autônomas.

ECOLÓGICO – Esta transição
já acontece na prática?

BRUNO PELLI – A região de Carajás é um exemplo dessa transformação. Com projetos como o S11D, utilizamos tecnologia de ponta para reduzir o impacto ambiental, eliminando o uso de barragens de rejeitos e utilizando o método de umidade natural. Isto nos permite operar de forma mais eficiente e com menos impacto. Outro grande exemplo é o nosso programa integrado de melhoria contínua, com foco em aprimorar o conhecimento do corpo mineral e a qualidade do minério ao longo da cadeia produtiva.
Já temos algumas iniciativas em andamento para alcançar zero rejeitos, zero estéril e zero carbono. Para zero rejeitos e estéreis, por exemplo, temos em andamento o programa de mineração circular que promove o desenvolvimento e implantação de práticas de reaproveitamento de estéreis. Além disso, pode ser alcançado pelo emprego de técnicas de lavra seletiva e precisa, utilizando modelos preditivos para identificar e extrair apenas o material de valor.
Também na produção de coprodutos, a empresa avança. Em 2023, a Vale criou a Agera para desenvolver e ampliar seu negócio de Areia Sustentável. O coproduto começou a ser produzido em 2021, após sete anos de pesquisa, como substituta da areia extraída do meio ambiente. Desde então, já foram destinados ao setor de construção civil e a projetos de pavimentação rodoviária cerca de 900 mil toneladas do produto. A expectativa é comercializar 1,8 milhão de toneladas de areia sustentável até o fim de 2024.

Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana: a vida desconstruída - Foto Divulgação
Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana: a vida desconstruída - Foto Divulgação

ECOLÓGICO – O “zero carbono” será alcançado um dia, com a transição para uma matriz energética limpa?

BRUNO PELLI – Desde que com planejamento de mina e usina de menor impacto com foco em redução de movimentações, inclinações de acesso otimizadas, e outras. A combinação dessas práticas com a captura de carbono (CCS) e processos mais eficientes garantirá, sim, uma operação neutra em emissões de carbono.
É importante ressaltarmos que a Vale está comprometida com a geração de energia elétrica limpa. Um bom exemplo é o Programa “Sol do Cerrado”, que é um dos maiores parques de energia solar da América Latina, com potência instalada de 766 Megawatts-pico. Isto representa 16% da energia consumida pela Vale no Brasil. A energia gerada por esse parque solar permitirá uma redução das emissões em 134 mil toneladas de CO2 equivalente por ano, o que equivale à emissão de cerca de 100 mil carros compactos.

ECOLÓGICO – A Vale já desenvolve alguma mina com esse conceito pleno de “futuro”? O que, basicamente, a faz de diferente de uma planta de mineração normal?

BRUNO PELLI – Este tipo de mineração é pautada em maior integração e eficiência, tendo a sustentabilidade como pano de fundo, permeando todo o processo, e a inovação como força motriz para colocarmos em prática este conceito. Nossos esforços estão focados em uma mineração pautada na responsabilidade com as pessoas e com o planeta.
Novos projetos já estão considerando os conceitos da Mina do Futuro, que, se traduzem em minas minimamente invasivas e hiper conectadas, com maior eficiência das nossas operações e compartilhamento de valor com a sociedade.
O projeto de S11D, localizado em Canaã dos Carajás, no Pará, é um bom exemplo de uma mina onde o conceito da “Mina do Futuro” já é aplicado. Este projeto se destaca por adotar tecnologias inovadoras que minimizam os impactos ambientais, como a utilização de escavadeiras elétricas e o sistema Truckless, que elimina a necessidade de caminhões fora de estrada, com redução de emissões de gases de efeito estufa de cerca de 40%.
Na mina S11D, também, foram adquiridas perfuratrizes dedicadas para amostragem de pó de perfuração no curto prazo. As rotinas de confecção dos planos de lavra mensal e semanal foram automatizadas em software especialista, fornecendo para a operação insights valiosos dos contatos de minério e estéril através do mapa de escavação embarcado nos equipamentos de carga. A rastreabilidade do minério conta com o QROM, monitorando em tempo real a aderência na destinação do material e as qualidades movimentadas ainda na fase mina.
Além disso, as práticas já adotadas pela empresa para melhor aproveitamento dos recursos e redução de rejeitos nas nossas minas, indicam esse nosso futuro. Neste contexto, a mineração circular impulsiona a Vale em direção a uma operação global de ferrosos mais sustentável e eficiente, buscando constantemente a melhoria dos processos e menor impactos ambientais e sociais possíveis..

ECOLÓGICO – O senhor citou o contexto de uma mineração minimamente invasiva aos territórios. Como seria, na prática, um projeto como este e quais características ele deve ter?

BRUNO PELLI – Nossa proposta é caracterizada pelo uso de equipamentos e técnicas com baixa pegada ambiental, permitindo uma operação em maior harmonia com o território do seu entorno e o menor impacto possível.
Como já disse, a mina de Serra Sul, S11D, exemplifica bem esse conceito de minimamente invasivo, por meio da integração de tecnologias sustentáveis e práticas de mineração que visam reduzir impactos ambientais. Com os impactos minimizados a partir da utilização de escavadeiras elétricas, correias transportadoras e britadores móveis, além do beneficiamento do minério é realizado a partir da umidade natural, evitando a construção de barragens. Bem como a necessidade de decapeamento, além de uma redução de 95% no consumo de água e 73% na energia utilizada, comparada às plantas convencionais.

O Sol do Cerrado abrange a construção de uma usina fotovoltaica com 17 subparques, no município de Jaíba, no Norte de Minas como um dos maiores parques de geração de energia solar da América Latina - Foto Divulgação
O Sol do Cerrado abrange a construção de uma usina fotovoltaica com 17 subparques, no município de Jaíba, no Norte de Minas como um dos maiores parques de geração de energia solar da América Latina - Foto Divulgação

ECOLÓGICO – O senhor também abordou a mineração dentro do conceito da economia circular, de reaproveitamento de matérias-primas gerando outros produtos. E citou exemplos de uso do estéril da mineração, como areia, fertilizante, para fechamento de cavas minerárias. Esse conceito já vem sendo adotado em algum lugar do mundo, ou pela Vale, no Brasil?

BRUNO PELLI – O conceito de economia circular na Vale já é uma realidade. Em 2023, ela deu início ao comissionamento do Projeto Gelado, em Carajás (PA), que produzirá pellet feed de alta qualidade a partir do reaproveitamento dos rejeitos depositados na barragem do Gelado desde 1985, ano de início da operação da Vale na região. Além de proporcionar uma destinação sustentável ao rejeito, o projeto utilizará dragas 100% elétricas para extrair o material, evitando a emissão de CO2. A capacidade inicial de produção será de 5 milhões de toneladas por ano, atualmente o projeto está em fase de testes e a expectativa é que em breve entrará em operação.
Também em 2023, como dito anteriormente, foi criada a empresa Agera, para desenvolver e ampliar o negócio de produção de areia sustentável da Vale. Após sete anos de pesquisa e cerca de R$ 50 milhões investidos em P&D, já foram produzidas cerca de 2,1 milhões de toneladas de areia sustentável para a construção civil e projetos de pavimentação rodoviária, como substituto da areia extraída do meio ambiente.
Outro destaque é a Fábrica de Blocos do Pico, que foi inaugurada pela Vale em 2020, após 10 anos de desenvolvimento em conjunto com a cooperação técnica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) e mais de R$ 25 milhões investidos. A planta transforma rejeitos da mineração em blocos para construção civil, com capacidade de produzir até 3,8 milhões de blocos.

ECOLÓGICO – Falou-se muito durante o painel “ESG da Mineração”, na Exposibram, sobre a importância da sociedade reconhecer a essencialidade do setor minerário na economia e nas nossas vidas cotidianas. A que fato o senhor atribui essa dificuldade do setor minerário ainda não ser visto como um dos mais valiosos motores econômicos, sociais e ambientais em vários países, como no Brasil?

BRUNO PELLI – A sociedade ainda não tem plena clareza sobre a essencialidade dos minérios em suas vidas diárias. Buscamos mostrar como os minérios estão presentes em atividades cotidianas, desde aquecer água para o café até assistir televisão.
Na Vale, estamos comprometidos com a segurança e engajados em pautas como a transição energética e a descarbonização, que são temas urgentes no contexto global atual.
Temos como ambição estratégica sermos reconhecidos não apenas como uma grande mineradora, mas como uma organização que contribui para o desenvolvimento econômico e social, melhorando a vida das pessoas e transformando o futuro. Estamos comprometidos em mostrar à sociedade o papel fundamental da mineração na transição energética e como um dos motores econômicos no Brasil e em vários outros países.

ECOLÓGICO – Qual a sua opinião sobre a visão da sociedade sobre as empresas de mineração após os rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho?

BRUNO PELLI – A Vale reitera o seu compromisso com a reparação, a escuta ativa e o diálogo. Estamos trabalhando para ser uma empresa mais segura e parceira das comunidades, contribuindo para o desenvolvimento dos territórios onde estamos presentes. É importante ressaltar que olhamos para o futuro da mineração sem esquecer os aprendizados do passado. Esses episódios foram a força motriz para uma profunda jornada de transformação na Vale. Somos hoje uma empresa mais segura, mais aberta à escuta e estamos trabalhando para ser referência em mineração sustentável e na geração de valor compartilhado com a sociedade.
Buscamos reparar os danos causados e fortalecer a segurança das nossas estruturas geotécnicas, além de investir em tecnologia e novos processos para sermos uma empresa referência em segurança. Algumas das principais frentes deste trabalho são a descaracterização de todas as barragens a montante da empresa, já com 50% do programa executado, o que representa 15 estruturas eliminadas; o aprimoramento da gestão das barragens com adesão ao Padrão Global da Indústria para a Gestão de Rejeitos (GISTM, em inglês).

ECOLÓGICO – Como o senhor enxerga essa questão da reputação, admiração e percepção das mineradoras pelas comunidades onde estão inseridas?

BRUNO PELLI – A Vale tem trabalhado com afinco a escuta ativa e o diálogo com a sociedade. Reiterando nossos compromissos com a reparação, com as pessoas e com o planeta. Estamos recuperando nossa reputação frente à sociedade e investidores, uma vez que nossa atuação está focada, além dos processos de reparação, nas questões de segurança das nossas operações e estruturas geotécnicas, como também na descaracterização de barragens.
Estamos prestando contas com a sociedade e mantendo o diálogo próximo com todas as comunidades impactadas por nossas operações. Isto fortalece nossa parceria e permite, cada vez mais, o olhar integrado do território sobre nossa atuação e nossas ações.

ECOLÓGICO – O senhor citou que o futuro da mineração é justamente ela ser bem-vinda nas comunidades, se tornar um ‘vizinho’ que as pessoas querem ter ao lado, por todos os motivos. Este cenário pode ser tornar realidade por aqui? E quando?

BRUNO PELLI – Esta mineração desejada pela sociedade envolve diversas dimensões que, juntas, buscam um futuro mais eficiente, inovador e sustentável. Buscamos, cada vez mais, gerar valor para a sociedade. Isto pode ser traduzido no progresso do território onde estamos. Além de dinamizar a economia por conta da arrecadação de impostos – revertidos para a sociedade – nossa presença também possibilita o desenvolvimento de toda uma cadeia de valor, gerando emprego e renda para a população local.
Ainda como forma de cuidar do território, também atuamos no desenvolvimento direto das comunidades, por meio de apoio em projetos de geração de renda, saúde, educação e cultura. A Vale é a empresa que mais apoia a cultura no país, via Lei Rouanet, transformando a vida e fortalecendo a história das comunidades onde está inserida.

ECOLÓGICO - A Vale vem desenvolvendo estudos ou projetos de P&D para colocar em prática esta mineração buscada? Se sim, pode citar alguns exemplos?

BRUNO PELLI – A Vale atua fortemente em Pesquisa e Desenvolvimento, buscando sempre melhores tecnologias e formas de atuar, com foco na sustentabilidade como um todo. O conceito mina do futuro foi concebido para auxiliar a empresa na construção de um roadmap de iniciativas a serem desenvolvidas para o atingimento, num curto, médio e longo prazo, uma mineração mais eficiente e sustentável.
Como apontado anteriormente, estamos operando em teste a lavra na barragem do Gelado (Pará), a fim de reaproveitar o rejeito existente. Após os testes, avançaremos com a operação e replicaremos o modelo estudado para outras barragens.
Além disso, possuímos diversos projetos em P&D com iniciativas voltadas para a redução das emissões de carbono, otimização de processos, e de redução do impacto de área das operações, aumento da segurança, e a redução da exposição de trabalhadores em áreas de risco, mantendo nosso compromisso com um futuro melhor.

ECOLÓGICO – Como investir em inovação de tecnologias e novos processos para que essa “Mineração do Futuro” seja, de fato uma realidade buscada e compartilhada pelas empresas do setor?

BRUNO PELLI – O investimento em inovação para esta mineração que vislumbramos é uma prioridade para a Vale, pois direciona esforços em desenvolvimento de tecnologias que aumentem a sustentabilidade, eficiência e segurança ao longo de todas as etapas da cadeia de mineração.
A mineração ainda é conhecida como uma indústria burocrática que demora para se reinventar, com equipamentos e tecnologias que operam da mesma forma há anos. Para quebrar esse paradigma, a inovação é caminho que a Vale acredita.
A Vale Ventures, nosso braço de corporate venture capital, tem investido mais de 100 milhões de dólares em empresas pioneiras, que desenvolvem soluções revolucionárias para transformar o cenário da indústria nos próximos anos. Esses investimentos são fundamentais para alcançar e tornar realidade a nossa visão de Mineração do Futuro.
Recentemente encerramos o piloto do Programa Desenvolver 2024, cujo objetivo é fomentar a conexão entre empresa e universidades, trazendo soluções inovadoras para resolver problemas complexos da nossa empresa. O programa foi um sucesso e será ampliado para o próximo ano. Compartilhar os desafios tecnológicos com a sociedade é essencial para que a mineração que buscamos vire realidade. 


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